Câmara de Dirigentes Lojistas de Garibaldi

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07.12.10 -

Instituições representantes do varejo creem que as medidas do BC não vão prejudicar as vendas de fim de ano, pois os estoques já foram compostos, e os financiamentos, contratados.

A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) diz que as alterações já eram esperadas no setor.
"Tanto que redes já começaram, no último mês, a reduzir os prazos de pagamento oferecidos", afirma Roque Pellizzaro Junior, presidente da instituição.
Mas a Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo) diz que a decisão do Banco Central deve ter forte impacto nas vendas a prazo a partir de janeiro.
Na avaliação da Fecomercio, para tentar trazer a média da inflação de volta ao centro da meta (4,5% ao ano), o governo pune o mercado em geral sem, no entanto, combater a principal pressão inflacionária, que vem dos alimentos.
"Ninguém compra comida em 24 vezes", diz Fábio Pina, assessor econômico da Fecomercio.
Ainda de acordo com a federação, não há sinal evidente de que possa haver escalada de preços no segmento de bens duráveis.
E, no caso do crédito para veículos, diz a Fecomercio, os prazos máximos de financiamento já estiveram muito mais dilatados e o próprio mercado fez os ajustes necessários.
Em nota, a Associação Comercial de São Paulo destaca que as medidas do BC só terão "efeito sobre a inflação se o governo fizer a parte dele, que é conter o gasto público".
Já Boanerges Ramos Freire, consultor em varejo financeiro, diz que os impactos "serão mais restritos do que se imagina".
Isso porque o prazo médio dos empréstimos a pessoas físicas no Brasil, ressalta Freire, é menor que 24 meses, limite a partir do qual começam a valer as restrições.
"As medidas vêm mais para estimular a cautela dos bancos nos empréstimos mais longos do que para restringir o crédito ao consumidor em geral", afirma.

INDÚSTRIA

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) diz que as mudanças são válidas, desde que transitórias, para controlar os riscos da alta da inflação.
A associação ressalta que a oferta de crédito é fundamental ao setor e sustenta o crescimento da economia.
Hoje, 60% das vendas de veículos do país são feitas por financiamento.

Fonte: Folha de S. Paulo - SP