10.06.11 - Abaixo o pessimismo
Os que viveram os anos 80 no Brasil levam em sua memória o fantasma da hiperinflação, quando o dinheiro recebido por trabalhadores e empresários era corroído em frações de tempo cada vez menor. Por isso, é compreensível o clima de preocupação no atual cenário econômico brasileiro, quando os indicadores de inflação em 2011 apontam para o distanciamento da meta estabelecida pelo Banco Central e a taxa básica de juros registra um gráfico com tendência de alta. Não bastasse isso, segundo algumas pesquisas, a inadimplência do consumidor em todo o país segue avançando.
Mas, alto lá! Antes de sair desenhando um quadro de retração e, portanto, plantando o pessimismo, é preciso interpretar e projetar os dados que hoje temos.
Quanto à questão inflacionária, acreditamos nos instrumentos que o Governo Federal vem lançando para impedir a escalada de preços, e os indicadores mais recentes mostram isso, especialmente os direcionados para os ajustes fiscais e para a balança comercial.
Quanto à inadimplência, ela está controlada. Existe um acúmulo de endividamento, por parte dos consumidores, ainda reflexo dos tradicionais gastos de final de ano, com as compras de Natal e férias de Verão, e também com as despesas de início de temporada, com pagamento de tributos e aquisição de material e uniforme escolar. A facilidade de acesso ao crédito e o significativo aumento da massa salarial fizeram aumentar o volume do mesmo nestes primeiros meses do ano. A tendência é voltar a patamares históricos.
No entanto, a economia aquecida precisa se manter aquecida, o que significa aumento da produção e da renda. Para tanto, é fundamental que o Governo repense sua política de juros. Ações eficazes direcionadas para a redução do custo Brasil e medidas voltadas para flagrar e punir os especuladores, aqueles que sobem seus preços sem nenhum fundamento também devem ser adotadas. E, com certeza, serão merecedoras dos aplausos de todos.
Vitor Augusto Koch
Presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas RS
Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/RS