14.03.12 -
A Câmara da Mulher Empreendedora (CME) realizou na noite de quarta-feira, 14 de março, a palestra "Em tempos de mudança, mulheres de valores", com o frei Jaime Bettega. O evento, que integrou a programação do Mês da Mulher em Garibaldi, reuniu mais de 130 pessoas no auditório da CIC. O palestrante disse que as mudanças estão acontecendo de maneira tão rápida que as vezes se perde o sentido do caminho a seguir.
Bettega falou sobre as diversas dimensões do ser humano para ter uma vida espiritualizada. Segundo ele, a qualidade de vida depende dos valores que as pessoas possuem e praticam, e não apenas de fatores externos. "Os valores se formam na família. Se a família não der rumo, a vida vai cobrar depois", comentou.
"Estamos correndo tanto que pode chegar uma hora que não nos reconheçamos mais. O mundo está pedindo uma resposta de nós. No passado achávamos que ter coisas iria resolver tudo. Hoje temos essas coisas e o mundo está exigindo respostas cada vez mais rápidas", destacou.
O religioso é graduado em Filosofia, Teologia, Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão de Pessoas e mestrando em Administração de Empresas. Atualmente é professor de Ética na Universidade de Caxias do Sul (UCS), coordenador de quatro escolas de educação infantil e dos cursos profissionalizantes da Legião Franciscana de Assistência aos Necessitados (LEFAN).
Para ele, a pressão da vida moderna faz com que as pessoas estejam ficando doentes emocionalmente. "A espiritualidade vem antes das religiões. Só existem religiões porque as pessoas são espiritualizadas. Há pessoas que fazem exames de tudo e que, apesar de estar tudo bem, vivem dizendo que estão doentes".
Com 25 anos de vida sacerdotal, é natural de Nova Palmira, interior de Caxias. Atualmente é pároco das Paróquias Imaculada Conceição, no bairro Rio Branco, e São Pedro e São Paulo, da Terceira Légua, além de ser o fundador do projeto Mão Amiga. O capuchinho ainda participa diariamente da programação das rádios São Francisco AM e Maisnova FM e mantém uma coluna semanal em um jornal de Caxias.
Ele também salientou que a certeza da morte pode parecer um absurdo e que a ciência trabalha buscando prolongar a vida. "Precisamos estar cientes do momento que estamos vivendo, sabendo que poderá não haver o seguinte. Mas sem a chance de mudar o que já passou", chamou a atenção.
Segundo o sacerdote, o tamanho e a intensidade dos sentimentos é algo inerente a cada ser humano. A valorização de algumas situações e o menosprezo de outras pode levar a um desequilíbrio e isso acontece quando a pessoa não conhece a si mesmo. "Para quem não tem fé nenhuma explicação é suficiente. Para quem tem fé, não é necessária nenhuma explicação".
