Câmara de Dirigentes Lojistas de Garibaldi

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30.06.14 -

Ainda na primeira semana de junho jornais de reputação global como o New York Times, The Washington Post, Le Monde, dentre outros, preparavam seus leitores que pretendessem assistir à Copa no Brasil para os riscos da viagem, por conta de assaltos, protestos, vandalismos e caos generalizado. No próprio Brasil, grande parte da imprensa profetizava um evento digno de envergonhar o país no mundo por vários anos. Entretanto, no encerrar da fase de classificação, que é efetivamente o período da Copa que mais exige em termos de qualidade de receptivo. A impressão que fica é a de que todos os alertas de caos não passaram de tempestade em copo da água.
É inegável que os problemas nacionais existem e vários deles são gravíssimos. Mas também é verdade que a impressão da maioria dos turistas estrangeiros em visita ao Brasil é que não há nada a temer em nosso país; os alertas negativos eram demasiadamente fantasiosos. Os principais atos de violência foram de autoria dos próprios estrangeiros e os gargalos de infraestrutura não chegaram a comprometer o evento.
Alguns fatores evidentemente favoreceram essa nova leitura benéfica da realidade brasileira:
- Em relação aos protestos, a fronteira de tempo entre antes e durante a Copa foi determinante para a queda de 39% no número de manifestações. O fato é que o gosto dos brasileiros por futebol, aliado a feriado nos dias de jogos nas cidades-sedes, falaram mais alto.
- Quanto ao vandalismo, aparentemente as autoridades policiais "aprenderam" a evitar destruições descontroladas, intervindo no tempo certo.
- Os crimes também estão em aparente baixa. Especificamente em Porto Alegre, dos 5 presos por furto, roubo ou agressões, 3 são argentinos e um argelino. Até o momento foram registradas 22 ocorrências envolvendo estrangeiros; um número reduzido levando-se em conta que nos jogos da fase classificatória na capital gaúcha o público concentrado no Estádio Beira Rio e na Fan Fest chegou a cerca de 320 mil.
- Em relação às obras nos estádios e infraestruturas de acesso, aparentemente as improvisações de última hora não comprometeram substancialmente o evento.
Sintetizando, até o momento, o ambiente da Copa do Mundo no Brasil está mais tranquilo do que a mais otimista das previsões.
Isso é positivo para gabaritar o nosso país a um novo patamar de turismo continuado. E esse é um dos temas importantes para aprofundar no âmbito no movimento lojista nacional.
A questão é: como sustentar a atratividade dos turistas internacionais a partir da boa imagem que estamos deixando com a Copa?
Além de melhorar de forma sustentada o receptivo, entendo que o varejo nacional poderia aumentar sua competitividade de venda com um simples ajuste tributário muito usado em vários países: ao adquirir um produto em nosso país, o estrangeiro paga um elevado percentual em impostos. Munidos das notas fiscais com os impostos discriminados (lei em implementação), o turista poderia ser ressarcido dos tributos pagos na saída do Brasil. A lógica é simples. Mercadorias vendidas para estrangeiros e levadas para o exterior são, de fato, exportações feitas a partir do varejo. E exportações são isentas de impostos.
Se a previsão de caos reverteu para uma realidade de prestígio internacional, por que não aproveitar a oportunidade e manter a atratividade turística internacional através de um consumo de menor custo para o visitante? Isso significará desenvolvimento para o varejo e consequente geração de novos empregos, além da natural impulsão da economia nacional.
Vitor Augusto Koch - Presidente da FCDL-RS