28.12.15 -
Perspectiva da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS) aponta um crescimento de 0,5% na comercialização de produtos, em comparação com o mesmo período de 2014.
A pesquisa mostra, no entanto, que diante de uma inflação anual da ordem de 10%, as vendas reais, descontando os índices inflacionários, apresentarão um recuo em torno de 9,5%.
O presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch, salienta que os resultados do Natal no Rio Grande do Sul estão inseridos em um contexto que reduziu o consumo da população.
"Isso é consequência direta do aumento de juros e impostos que observamos entre o final de 2014 e ao longo de 2015. Além de resultar em queda do nível de emprego e produção no Estado, também abalou a confiança do consumidor, que teme gastar além do necessário", destaca Vitor Koch.
Para o dirigente, outro fator que gera cautela nas compras natalinas é o custo proibitivo do crédito aos consumidores e a própria redução de predisposição dos agentes financeiros em trabalhar com crédito pessoal, pois, atualmente, aplicar o dinheiro em títulos da dívida pública é bem rentável e não incorre em custos operacionais dos bancos.
De acordo com a FCDL-RS, neste Natal o lojista gaúcho buscou mudar o perfil de suas vendas, adaptando-se à nova realidade do mercado. Desta forma, se observou nas lojas a mudança do mix de produtos, visando reduzir o ticket médio dos produtos vendidos.
Com esta estratégia, a despeito da queda das vendas reais, a FCDL-RS espera a manutenção do volume de vendas, ou seja, o número de mercadorias vendidas, independentemente do faturamento, no Natal 2015, na comparação com o mesmo período de 2014.
Segundo a entidade, o essencial para o comércio não é tanto o faturamento final, mas a capacidade das lojas em girar as mercadorias de maneira economicamente sustentável, independentemente do preço final. E nesse ponto, as vendas natalinas no comércio não vinculado a grifes foram bem-sucedidas.
Os presentes mais procurados neste ano foram peças de vestuário, brinquedos mais tradicionais, como bolas e bonecos, para as crianças e artigos de uso pessoal, como cosméticos e perfumaria.
